sexta-feira, 27 de julho de 2007

Sergipanos vaiam Lula no lançamento do PAC

ARACAJU - Apesar da blindagem preparada pelo Planalto e pelo governo petista de Sergipe, permitindo que apenas pessoas com convites em mãos, cuidadosamente distribuídos pelos organizadores da cerimônia de lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Aracaju, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi duas vezes vaiado, ontem, por um pequeno grupo de funcionários do Incra, do Ministério da Cultura e estudantes da Universidade Federal de Sergipe, que estão em greve.
As vaias, no entanto, acabaram sendo abafadas pelos aplausos e gritos de “Olê, olê, olá, Lula, Lula”, dados principalmente por militantes petistas e do MST, convidados para o evento, que defenderam o presidente e chegaram a se desentender com os grevistas. Na cerimônia, os seguranças do Planalto e do evento tomaram ainda a faixa vermelha dos manifestantes que dizia “Lula traidor”.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, coordenadora do PAC, também foi vaiada pelo menos duas vezes pelos poucos manifestantes contrários ao governo, presentes ao evento. Do lado de fora, estudantes promoviam um apitaço, xingavam o presidente e chegaram a atear fogo num boneco de pano “com barba” e com faixa presidencial que batizaram de Lula.
Acostumado a aplausos, Lula deu claras demonstrações de impaciência na cerimônia, olhando o relógio algumas vezes, e chegou a ficar com o o-lhar perdido enquanto ouvia os discursos que antecediam o seu. Ele já havia ficado muito aborrecido com as vaias tomadas no Maracanã, no Rio de Janeiro, no dia 13 de julho, na abertura dos 15º Jogos Pan-Americanos.
Na época, chegou a se queixar para interlocutores e no programa de rádio Café com o presidente. Ontem, apesar de ter preferido ignorar o assunto em seu breve discurso de improviso de 15 minutos – normalmente fala longamente em cerimônias, pelo menos meia hora – Lula chegou a procurar com os olhos onde estavam os manifestantes, quando eles começaram a vaiar a ministra Dilma. Na semana passada, depois do acidente com o Airbus da TAM, Lula já havia cancelado as viagens que faria ao Sul, onde poderia sofrer outras manifestações, embora o Planalto negue que ele tenha adiado a ida lá por causa disso.

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