quarta-feira, 21 de março de 2012

Escolas estaduais de toda a Bahia terão produtos da agricultura familiar na merenda


Em 2011, mais de 240 mil alunos da Região Metropolitana de Salvador tiveram no cardápio produtos da agricultura familiar.


Após a primeira compra de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar em 270 escolas públicas estaduais em 2011, com a aquisição de nove produtos de oito cooperativas, mais uma etapa será ampliada. Este ano, serão atendidas mais de 1,4mil escolas de toda a Bahia e, nessa nova etapa, 40 cooperativas vão fornecer mais de 100 produtos para todas essas instituições educacionais.
O assunto foi debatido nesta quinta-feira (19), no auditório da Secretaria de Agricultura, entre o superintendente da agricultura familiar da Seagri, Wilson Dias e representantes da Secretaria de Educação, diretores de escolas estaduais, o MDA, a UNICAFES-BA, a Agendha e as cooperativas.
De acordo com Wilson Dias, aoportunidade da agricultura familiar vender produtos para alimentação escolar permite não só que produtos de qualidade cheguem às escolas, mas, sobretudo, gera riqueza local para os agricultores familiares e as cooperativas. Para ele, a ideia não é simplesmente vender o produto, mas estimular na prática, a partirdo planejamento, da perspectiva real de vendas, da organização da base de produção, de elevação da auto-estima dos agricultores, a criação de reais possibilidadesde cooperativas de agricultura familiar se fortalecerem.
Em 2011, mais de 240 mil alunos da Região Metropolitana de Salvador tiveram no cardápio produtos da agricultura familiar. Foram comprados 170 mil quilos de alimentos ao custo de R$ 1,2 milhões. Os alunos da rede estadual de ensino foram atendidos com a aquisição de farinha de mandioca, feijão, achocolatados em pó, milho de munguzá, fubá de milho,leite em pó, manteiga, mel e flocão de milho, fornecidos pelas cooperativas Copercuc, em Uauá; Copirece, em Irecê; Coofasulba, em Ilhéus; Coafti, em Lapão;Coopaf, em Morro do Chapéu; Copamesf, em Ibotirama; Cocal, em Capela; e Comab,em Baixa Grande.
Lei11.947/2009
A iniciativaatende ao disposto da Lei 11.947, que determina a utilização de no mínimo 30%dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação(FNDE) para a alimentação escolar, através da compra de produtos da agriculturafamiliar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizandoos assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e ascomunidades quilombolas, com um potencial de transferir para os Empreendimentosda  Agricultura Familiar um valor de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões) em aquisição dos seus produtos.

Riachão do Jacuípe – Sindicato dos Trabalhadores Rurais promoveu a 3ª feira da agricultura familiar


Paralela à feira foram apresentadas tecnologias da agricultura familiar, aconteceram palestras sobre segurança alimentar e nutricional, além de oficinas técnicas sobre qualificação dos grupos de produção.


Terminou na tarde de sábado (17), na cidade de Riachão do Jacuípe, a 3ª Feira de Produtos e Tecnologias da Agricultura Familiar e Economia Solidária. O evento que teve início na manhã de sexta-feira (16) na Praça da Matriz foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais do município, Movimento de Organização Comunitária (MOC) e EBDA.

Renivaldo entrega um dos cheques do PRONAF a um agricultor
Foram montados nos dois dias de atividades, 15 stands onde foram comercializados artesanatos confeccionados pelos grupos de produção das comunidades de Mocambo, Lagoa do Golfo, Salgado, Ponto Novo e do Povoado de Miranda, no município de Santaluz, integrante da rede produtora de Mulheres. As comunidades de Barreiros, Mandasaia, Licuri e Beira Rio, comercializaram hortaliças, doces e mel. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais, Renivaldo Carneiro, o objetivo da entidade é incentivar os agricultores familiares a produzir mais e mostrar seus produtos. “Estamos mostrando produtos de qualidade, saudável e sem a utilização de agrotóxicos. Estes produtos aqui não tem veneno”, garantiu Reninho, como é conhecido o líder sindical.
Reninho falou também sobre as dificuldades que os agricultores familiares encontram para chegar ao mercado consumidor, apesar da melhor qualidade e sabor diferenciado dos seus produtos e para vencer este obstáculo estão organizando melhor tanto a produção, quanto a busca de novos mercados.
Na abertura da feira foi realizado um ato para entrega dos cheques de liberação dos recursos do PRONAF no valor de R$ 150 mil para aquisição de ovinos, construção de cercas e plantio de palmas, beneficiando 60 agricultores. “O agricultor tem que se vê como agricultor e este ato não é pouca coisa. Nós do movimento sindical ficamos a descobrir pessoas para usarem os recursos, pois o agricultor ainda não se vê como agricultor familiar” externou o secretário do meio-ambiente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Bahia, Teodomiro Paulo.
Para realizar uma feira desta dimensão, segundo o técnico do MOC, Ivanbergue Ferreira Silva, é muito esforço, mais o resultado é compensador. “Centenas de produtos foram colocados a venda, como hortifrutigranjeiros, doces, mel, artesanatos, entre outros e na sua maioria foram comercializados. Enfim, foi uma oportunidade valiosa dos inúmeros Agricultores do município comercializarem a sua produção 100% orgânicos”, comemorou Ivanbergue.
Autoridades presentes – O prefeito Lauro Falcão Carneiro (PP), acompanhado dos vereadores Célio Roberto Silva Brito, Adonias Alves dos Santos, Valdinei Pereira de Jesus, Orlando Andrade de Menezes,José Carlos de Matos Soares, e do diretor do Hospital Municipal, José Ramiro Ferreira Filho, esteve na abertura da feira e disse aos agricultores que havia chegada de Brasil e a agricultura familiar esteve em sua pauta de viagem e trazia boas notícias para classe a exemplo da garantia dos recursos das emendas parlamentares dos deputados Edson Pimenta (PSD) e João Leão (PP), para aquisição de duas patrulhas agrícolas que deverão ser adquiridas no próximo ano. “Também trago a notícia que iremos construir no próximo ano 300 moradias na zona rural através de recursos de uma emenda parlamentar do deputado Edson Pimenta, nosso amigo”, garantiu Laurinho, como é chamado o prefeito.
“A realização desta feira, é uma forma legal dos feirantes se aproximarem melhor dos fornecedores e dos consumidores e consequentemente obterem sucesso com a venda de seus produtos”, disse o gestor ao CN. Ao concluir seu pronunciamento, o prefeito convocou aos agricultores familiares a usarem com mais frequência o Centro de Comercialização da Agricultura familiar situada ás margens da BR 324, mais conhecida como Rodovia Lomanto júnior.
Para o diretor do Hospital Municipal, José Ramiro, “Zé Filho”, o prefeito do município desenvolve uma gestão alinhada com a política de fortalecimento da agricultura familiar desenvolvida pelos governos do estado e federal. Ele disse que estava satisfeito com a qualidade dos produtos comercializado no evento e que vinha acompanhando este desenvolvimento ao longo dos anos.
O vereador Célio Roberto, “Celinho”, falou em nomes dos vereadores presentes e destacou a força desta economia para o município e a importância para a sustentabilidade das famílias na zona rural.
No inicio da tarde de sábado, aconteceu o também torneio de cabra leiteira onde participaram cinco animais. Em primeiro e segundo lugar ficou para o agricultor Eduardo residente na Comunidade de Barreiros com as cabras Rena, 7,10 kg e Coité com 5.25 Kg de leite. Terceiro lugar o agricultora Ademar, residente em Retirolândia, com a cabra Prefeitura com 5,25 kg, quarta e quinto lugar o agricultor Crispim, natural de São Domingos, com as cabras Magra, 4,00 kg e Bombril, 3,70 kg;

Paralela à feira foram apresentadas tecnologias da agricultura familiar, aconteceram palestras sobre segurança alimentar e nutricional, além de oficinas técnicas sobre qualificação dos grupos de produção. “Aqui não tem nem lixo”, falou Anísia Dias Neves, técnica do MOC no final da oficina de qualificação dos alimentos coordenada pela professora Jonilda Jesus Santana, residente na comunidade de Tatu no município de Quijingue.
Durante os dois dias, representantes das mulheres dos territórios do Sisal, Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão, se reuniram no fórum interterritorial das mulheres do Semiárido. Nesta reunião foram discutida a organização das mulheres que trabalham na perspectiva do seu empoderamento sócio-político-econômico e por uma sociedade com equidade de gênero e relações mais justas e solidárias.
Foram discutidos assuntos referentes à Saúde, educação, geração de renda, segurança, habitação, documentação e recursos hídricos. Também se tratou da participação política e comunicação.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas 

EBDA realiza pesquisa sobre adubação da mandioca


A mandioca, seja utilizada na alimentação humana ou animal, é uma importante fonte nutricional.


Técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) realizaram, na última terça-feira (3), a colheita de um experimento de mandioca, na fazenda Iauí, município de Nova Soure. A ação tem como objetivo coletar dados para o desenvolvimento de pesquisa sobre adubos alternativos para a mandioca, que possam ser indicados para a agricultura familiar.
Segundo o agrônomo Antônio Mendes, responsável pela pesquisa, foram utilizadas combinações de adubo orgânico envolvendo esterco de ovelha, farinha de osso calcinada e cinza, além do complemento mineral com pó de rocha de Ipirá. “Pretendemos observar, nas condições de solo e clima do semiárido, uma forma de adubação que siga princípios da agroecologia e apresente melhor produtividade por área plantada. Essa é uma contribuição importante da EBDA, visto a importância econômica e social que a mandioca tem para o sertanejo”, explicou Mendes.
A área utilizada para realização do experimento foi cedida pelo agricultor familiar José Henrique de Almeida, que há 12 anos recebe assistência técnica da empresa. “A EBDA é uma professora. Gosto muito de participar dos experimentos porque também aprendo coisas novas; questões como o espaçamento entre as plantas, a escolha e o tamanho das manivas (parte do caule utilizada no plantio da mandioca) e o uso da raiz e das folhas da mandioca para alimentar os animais são coisas que eu não sabia fazer direito e, agora que sei, vou poder melhorar minha produção”, afirmou José Henrique.
O agrônomo da empresa, José Augusto Garcia, explicou que serão analisados os dados relativos à quantidade de mandioca colhida, o percentual de amido das raízes e a quantidade de farinha processada para comparar com a produtividade média da região. “A mandioca, seja utilizada na alimentação humana ou animal, é uma importante fonte nutricional, rica em proteína e carboidrato. Precisamos ajudar a desenvolver e valorizar essa cultura típica do semiárido” defendeu Garcia.

AGAVE TEQUILANA



       Mexicanos querem produzir na região do sisal

Empresários mexicanos demonstraram o interesse em investir na produção do agave tequilana na região sisaleira. A idéia vem sendo discutida desde a primeira visita realizada a APAEB em dezembro de 2011.
Ismael Ferreira, Diretor Executivo da APAEB, destaca que as discussões estão bastante avançadas. “Estamos a algum tempo conversando com empresários do México interessados em vir para o Brasil, e exatamente nesta perspectiva de introduzir em nossa região o agave tequilana, um sisal parecido com o que é produzido na região, mas com algumas composições químicas diferentes e por isso pode ter certas utilizações que o nosso agave sisalano não permite”.
Com a perspectiva de que o estado se coloque a disposição para apoiar a introdução dessa cultura na região, foram realizadas algumas reuniões com a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – SEAGRI e a Secretaria do Planejamento- SEPLAN. De acordo com Ismael, o governo do estado se propôs a fazer alguns encaminhamentos e vai enviar uma carta de intenções para a empresa mexicana afirmando o interesse em apoiar a iniciativa.
O Agave tequilana ou agave azul como é conhecida, é uma espécie de planta do gênero Agave e um importante produto econômico do estado mexicano de Jalisco devido o seu papel como ingrediente principal na fabricação de tequila. Alem desta bebida o agave também é utilizado no México para a produção de adoçante e outros produtos que substituem o açúcar, mas suas utilizações vão alem disso, pode se produzir fibra para confecção de tapetes e outros artesanatos e  utilizar o bagaço para a produção de energia.
“Esta é uma opção econômica de fato concreta, pois já existe, os empresários que querem investir aqui já fazem isso há 40 anos no México e querem implantar uma industria na região, trazer as mudas para produzir e começar a processar aqui”, afirma Ismael