sábado, 16 de fevereiro de 2013

Wagner cobra boa vontade da prefeitura para destravar metrô



Apesar do bom entrosamento durante o Carnaval com o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), o governador Jaques Wagner (PT) cobrou "boa vontade" e agilidade da prefeitura para destravar as negociações envolvendo o metrô. Os principais pontos de desacordo são a cessão das estações da Lapa e de Pirajá para o governo, junto com os trens do subúrbio, e a operação do sistema de ônibus que vai suprir o metrô de passageiros.
"O governo aguarda a assinatura da transferência do sistema metroviário para as mãos do Estado para lançar o edital de licitação ainda em março", disse Wagner, nesta sexta, 15, na mensagem  de abertura dos trabalhos da Assembleia.  Estão previstos investimentos de cerca de R$ 4 bilhões.
"Nós estamos querendo contribuir, mas é preciso boa vontade do lado de lá (prefeitura) para que essa coisa possa acontecer. Se não houver  boa vontade, Salvador pode sofrer por não ter esse investimento. Então, nossa equipe está toda disposta a contribuir, agora é preciso ter equilíbrio nessa negociação", disse o governador, sem detalhar os gargalos.
A reportagem tentou falar com o secretário de Transportes, José Carlos Aleluia, que tem representado a prefeitura na questão do metrô, mas ele não retornou as ligações até o fechamento desta matéria.
O diretor da Companhia de Trens de Salvador (CTS), Jorge Khoury, disse "estranhar" o comentário do governador já que a prefeitura tem sido ágil. Ele não quis entrar nos detalhes dos entraves das negociações. "A boa vontade existe. Estamos fazendo o possível".
Trem e ônibus - O prefeito ACM Neto afirma que tem interesse que a coisa se resolva logo. "Tudo faremos para andar rápido nessa questão", disse durante o Carnaval.  Mas o afinamento do diálogo depende de dois principais pontos, explica o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), que tem sido o porta-voz do governo  estadual com a prefeitura na questão do metrô.
Para bater o martelo com o governo a prefeitura transfere o metrô, desde que o Estado assuma também o trem do subúrbio, que tem um passivo de R$ 300 milhões. O Estado aceita assumir, mas quer  as estações de transbordo da Lapa e Mussurunga.
Motivo: torna o edital de licitação mais atrativo aos consórcios interessados em disputar a obra do metrô, já que podem explorar esses espaços comercialmente. Dessa forma, a tendência é  que as empresas ofertem um preço mais baixo.
A prefeitura não quer abrir mão, vislumbrando investimentos futuros nesses locais. O segundo ponto envolve o sistema de ônibus que alimentará as linhas do metrô. O governo quer que o consórcio vencedor do edital explore o sistema, assim há como estipular tarifa única de integração ônibus-metrô.
A prefeitura não aceita. Com isso, fica o impasse de como administrar a situação já que o usuário pagará apenas uma passagem. É isso que Wagner e Neto vão resolver.

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